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A Arte de Joseph Beuys: pedagogia e hipermídia

27 de julho de 2018

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A ARTE DE JOSEPH BEUYS: PEDAGOGIA E HIPERMÍDIA

Magda Salete Vicini[1]

 

RESUMO

 

         Pesquisamos a vida e obra do artista alemão, Joseph Beuys, procurando levantar as contribuições pedagógicas nas obras: Escultura Social , ações, múltiplos e cartões postais. Aspectos como sua interdisciplinaridade, preocupação com os destinos da educação e da universidade; a compreensão a partir da obra de arte e da estética, da interatividade, a construção e reconstrução em suas obras, relacionadas com autores como John Dewey, Donald Schön, Gadamer e Heidegger na filosofia e educação. Essas contribuições de suas obras foram se aproximando das características de produção da hipermídia, em conceitos definidos por Bairon e Petry na hipermídia ‘Psicanálise e História da Cultura’(2000), como a revelação da verdade através da obra de arte em Gadamer, Heidegger e a hermenêutica, por ser a hipermídia e a obra de Joseph Beuys desafios para uma nova produção intelectual digital que podem ter seu caminho em paralelo com a educação e o aluno na atualidade. Para Beuys, suas obras eram um contínuo reconstruir, pensar, refletir e realizar. Nada era definitivo, tudo estava em constante transformação. Visualizamos que esta, seja uma das definições mais atuais dentro da educação, percebendo-se a aleatoriedade e as possibilidades de compreensão que a hipermídia oferece, além de outros pontos que propomos nessa pesquisa, podem, tanto em sua produção como em sua navegação, oferecer uma experiência que pode se aproximar da percepção e conscientização através da arte, como propunha Joseph Beuys em suas obras artísticas.

PALAVRAS-CHAVE: Arte, Joseph Beuys, pedagogia e hipermídia.

 

INTRODUÇÃO

 

A proposta deste livro está ligada à minha preocupação com a arte como meio de compreensão e ação dentro da universidade ,do encontro com a obra do artista Joseph Beuys e a hipermídia, como resultado de pesquisa para Mestrado na Universidade Mackenzie. Como professora universitária na área da arte, sempre procurei realizar um trabalho que não se restringisse a conceitos e práticas tradicionais de ensino.  

Descobri em Joseph Beuys, um artista integralmente voltado ao homem e à sociedade em suas idéias sobre arte e pedagogia, numa visão completamente interdisciplinar.

Analiso suas obras: “I Like América and América Likes me”(1974); Directional Forces (1974-1977); os múltiplos “Zwei Fräulein mit leuchtendem Brot”(1966) e “Evervess II 1” (1967); cartões postais e citação de outras obras. Nessa análise, faço relações com autores como Schön (2000), Pozo (2002) e Dewey (1978-1980) na filosofia da educação e pedagogia; com Gadamer (1999) e Heidegger (2000) através da filosofia hermenêutica; a relação com a técnica e a hipermídia a partir de Galimberti (2000), Costa (1999) Bairon e Petry (2000). Esses dois últimos autores, faço análises sobre a produção digital da hipermídia “Psicanálise e História da Cultura”(2000), eixo principal entre a metodologia da hipermídia, a pedagogia e a arte de Joseph Beuys.

 

 

A METODOLOGIA DE JOSEPH BEUYS

 

        Nascido em Krefeld, Alemanha, em 1921, em plena República Weimar (1919-1932), quando a cultura, as artes e a educação tiveram um grande avanço, tempo lembrado por Beuys, como “O Barulho dos 20”: “Eu sentia por um lado que eu estava vivendo em um ambiente maravilhoso, mas, por outro lado, eu via uma espécie de comportamento expressionista. Eles o chamavam de ‘Barulho dos 20”e eu o via que terminaria em catástrofe” (TISDALL, 1989).

        Sua vida acadêmica iniciou em 1947, logo após a segunda guerra, quando foi piloto de avião de bombardeio e teve um acidente que o fez mudar para sempre sua vida optando pela arte: “Eu tentei ser um cientista, mas eu tive a sensação de ter que escolher um método diferente... criaturas da natureza, criaturas sociais, agentes livres. Questões como essas eram importantes para mim quando tive que fazer minha decisão pela arte, usar a arte de um modo metodológico, para provocar as pessoas” ( Catálogo, 1979). Beuys foi estudar Escultura Monumental na Academia de Artes de Düsseldorf e concluiu o curso em 1950. A partir de 1963, foi professor de Escultura nesta mesma academia.

        Na década de 1960, conheceu o grupo Fluxus e as experiências de John Cage, e a partir daí, compreendeu como seria sua obra artística: performances e ações, a comunicação com o público através da performance, que o fez criar o personagem Joseph Beuys e a Escultura Social (LAUF, 2000). A Escultura social tinha como objetivo afastar a alienação, que para ele, seriam as atitudes de extremo capitalismo e extremo socialismo, onde o autoritarismo impede a criatividade humana e sua livre expressão e atitude frente à vida (GÖTZ; KONNERTZ; THOMAS, 1979). Para o artista, a Escultura social, através de um processo mental de energia, de ações psicológicas, através da interação de idéias discutidas com o público, ele poderia combater esta alienação (KUONI, 1993). As Esculturas Sociais são formas de pensamento que, transformadas em palavras, provocam evoluções onde cada um é artista e cujas esculturas nunca estão terminadas, porque o pensamento está sempre em processos de reações, fermentações, decomposições. Tudo está constantemente em estado de mudança (KUONI, 1993). Em nosso entender, eram performances que ocorriam em determinados lugares, onde Beuys produzia uma instalação ( escultura-signo-interferente, que muitas vezes vai funcionar como o cenário para o desenrolar da performance, segundo Glusberg apud COHEN, 1989), criava um cenário de socialização entre todos os participantes da escultura. Para Beuys, interessava provocar de alguma forma, mesmo que fosse de perplexidade, porque isso significava que ele havia conseguido mexer com o pensamento e obtido uma reação. A interatividade é fundamental nesse processo, pois o ato de pensar produz energia entre as pessoas, e elas não conseguem ficar indiferentes ao ambiente.

 Nos encontros de Escultura Social aconteciam discussões sobre socialismo, arte, estética, política entre outros, em busca de uma pedagogia para transformar a sociedade. Mesmo quando havia discordância em relação às suas teorias, Beuys mantinha o debate de forma a mostrar as necessidades de reforma social e artística ou até política, sempre com a interação dos participantes.

Geralmente utilizava quadros negros para escrever suas idéias, através de palavras e diagramas, como fez na obra “Directional Forces”, apresentada em Londres (1974), Nova Iorque (1975), Veneza (1976) e Berlim (1977). A partir destas obras e dos múltiplos que serão citadas posteriormente, pretendo identificar as atitudes pedagógicas para a expansão e inclusão de idéias numa visão hermenêutica e fenomenológica a partir de Gadamer e Heidegger, pois Beuys abre espaço para uma educação contemporânea, a partir da hibridização dos conteúdos, interação e interdisciplinaridade das atitudes e teorias, o que acredito vir de encontro à formação do individuo contemporâneo.

        A partir de TISDALL (1989), e das fotos de “Directional Forces” em Londres (1974) descrevemos como se deram estas Esculturas Sociais: Beuys instalava, em uma sala, quadros-negros, cavaletes e giz. O público surgia e, então, ele ficava falando sobre suas idéias e escrevia-as nos quadros, interagindo, para a construção da escultura social. Depois de escritas com giz nos quadros, as idéias eram fixadas com spray e Beuys colocava os quadros pelo chão do ambiente. As pessoas então andavam sobre os quadros, escrevendo ou complementando com novas idéias. Este era o objetivo – discussão de idéias, uso da palavra, da interação, da mente, do conhecimento, da vivência e do corpo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Foto: Caroline Tisdall, 1974 – Directional Forces - Londres

 

        Com calça jeans, camisa branca, colete cheio de bolsos e chapéu de feltro, munido de um cajado ou bengala, como os pastores utilizam, Beuys assim se apresentava para as esculturas sociais, bem como no seu dia-a-dia (TISDALL, 1989).

        Em 1975, Beuys apresentou “Directional Forces” em Nova Iorque, com outro enfoque, como uma obra completa, pois os quadros negros haviam acabado. Mesmo assim, com alguns que restaram, o público poderia escrever suas opiniões e interagir, dialogando com Beuys, participando desta evolução psicológica proposta por Beuys (TISDALL, 1989).

        A terceira exposição desta obra, foi no Pavilhão Internacional da Bienal de Veneza em 1976: “Aqui, a intenção de Beuys era colocar o ambiente todo atrás de um vidro, para ser contemplada como uma obra de arte acabada e inalcançável exceto para o espectador tradicional, com ponto de vista atrás do vidro”(TISDALL, 1989). Em nosso entender o artista queria que o público visse o vidro como um desafio a ultrapassar e que as pessoas se sentissem impedidas de ultrapassar aquele vidro que os levaria a andar pelos quadros da Escultura Social.

        A última aparição desta obra foi em 1977 em Berlim, também apresentada de forma diferenciada das demais: “Ela foi construída num canto e os quadros empilhados. Muito ou o sentido daqueles quadros, os dias e as experiências e acontecimentos que os preencheram é vago. É a quarta e final transformação é, portanto, como um ‘afeto’, ou uma bateria de informações” (TISDALL, 1989).

        Essa forma aleatória de apresentar seus trabalhos, a criatividade em adaptar seus trabalhos de maneira a dar várias visões e concepções de diversos paradigmas e conceitos, com um mesmo material, faz da metodologia de Joseph Beuys uma maquina de expansão e inclusão de idéias, tendo a interdisciplinaridade como a caminho a seguir, a fenomenologia e a hermenêutica como alicerces para a produção de conhecimento. Características que acredito ser indispensáveis à metodologia de um ensino universitário que se propõe ser investigativo e integralizador. E a integralização nos remete aos conceitos de hipermídia, através do conhecimento partilhado desde sua autoria e navegação.

         Outro trabalho de Joseph Beuys, cuja metodologia nos faz refletir como obra pedagógica pelo conceito que esta obra envolve chama-se “I Like América and América Likes me” de 1974, realizada na Galeria de René Block em Nova Iorque. Nesta obra, Beuys ficou sete dias fechado em uma sala, convivendo com um coiote americano, alguns objetos e jornais, obra que descrevo abaixo. Com pedaços de feltro, luvas, lanterna, um triângulo musical, uma bengala e o jornal ‘The Wall Streeet’ (50 exemplares trocados diariamente), ele convivia com o coiote. Separava-os do público, ou prendia o público, uma grade onde o espaço para os dois era maior do que o espaço para o público. A performance durava cerca de uma hora e meia, repetidas trinta vezes naquela semana, mas os acontecimentos entre os dois sempre se alternavam, eram comportamentos diferentes. Na pilha de jornais, o coiote fazia suas necessidades fisiológicas. Segundo Borer (2001), “ele tinha como objetivo derrubar o mundo “materialista”governado pelo dinheiro (o coiote urinava todos os dias sobre exemplares do Wall Street Journal) e retornar a uma sociedade natural...)”. Ainda para este autor, Beuys queria ser um pastor através de suas ações e performances, “Essa imagem do guia, a um só tempo atitude e comportamento, diz respeito tanto ao simbólico (ensinar por meio de substâncias), quanto ao imaginário (a imagem de si como um eleito messiânico). O objetivo de Beuys não era estudar o comportamento do animal, mas relacionar-se com ele, “homem e animal cresciam inteiramente juntos: era como se eles tivessem sempre estado lá”. Com coiote ele se concentrou no que é o equivalente ao americano, que o fez sentir afetado no curso da história dos Estados Unidos: “Eu acredito que eu fiz contato com o ponto de trauma psicológico dos Estados Unidos constelação de energia; todo o trauma americano com o índio, o Homem Vermelho”(Tisdall, 1989).        

Além das esculturas sociais, Joseph Beuys criava os múltiplos, objetos fabricados para também expressar suas teorias, ainda com objetivo de trocar idéias, provocar pensamentos e atitudes nas pessoas, pois ele estava interessado na comunicação. Dizia que seus múltiplos eram trabalhos com imagens para transformar as idéias em algo físico,palpável, jogos, para ir em direção de uma sociedade com mais liberdade e igualdade, que significava uma nova sociedade (KUONI, 1993); que seu interesse estva na relação destes com o jogo (Spiel), como um objeto de recordação (Art Erinnenrungsstütze), como um veículo (vehikel), o qual uma pessoa pode ter dentro de sua própria casa, e que elas possam associar estes objetos com as idéias que ele queria difundir. Olhando os objetos o publico os reconhece, cria-se uma relação de parentesco entre Beuys e o publico, como uma antena entre eles (Catálogo, 1972).

        Em entrevista em 1972 (Catálogo de Múltiplos), Beuys declara: “eu estou interessado, como também estou interessado na difusão de idéias, trazer no campo de visão as mudanças políticas ou a divulgação do reconhecimento filosófico, que também levam num campo de visão às mudanças das pessoas no futuro”.

        Nos múltiplos como ”Zuei Fräulein mit leuchtendem Brot” (Duas damas com pão luminoso), de 1966, o artista tem como proposta a contra-figura, conceito, paradoxo de significados relativos à religiosidade, também marcante em suas obras. Este múltiplo consistia numa pasta de papelão, colados dois papéis onde estão datilografados nomes de estações do metrô de Paris (alusão ao subterrâneo , à morte) e nomes de pessoas; uma barra de chocolate que derretia sobre os papéis, que fazem relação com o pão (vida) luminoso. Ele revela que utilizou o pão que tem um significado espiritual muito forte para o Cristianismo, como sendo o corpo de Cristo, ou seja, em sua teoria: uma transubstanciação da matéria ou espiritualização da matéria, pois o pão temo significado de substancia mais elementar da alimentação da humanidade, interiormente é Cristo e exteriormente é o pão (Catálogo, 1972).

        Outro Múltiplo, “Evervess II 1”, 1967, Beuys produziu outra metáfora, que consistia em duas garrafas de soda americanas enroladas com feltro que ficavam dentro de uma caixa de madeira, onde havia uma mensagem para que as pessoas abrissem a garrafa e jogassem a tampinha o mais longe possível. As pessoas ficavam constrangidas em jogar fora, mas, para ele, era preciso que se tomasse essa atitude, pois dentro da garrafa havia muitos elementos, da mesma forma que havia no “pão luminoso”, principalmente por ser uma soda americana (Catálogo, 1972). Como um elemento de jogo, apreensão e entendimento nas relações humanas, sociais, históricas, cientificas e tecnológicas. Um dado para a compreensão entre realidade e objeto, realidade e fatos que entramos em contato no nosso cotidiano, que sentimos e constatamos ser importantes com nossa relação entre o saber e agir. Através dos objetos, ele instiga à dúvida, à pesquisa à reflexão constante do contexto em que vivemos, provocando uma atitude, um pensamento, uma transformação. Relação direta com os objetivos que acredito fazerem parte da educação em nossa contemporaneidade.

        A produção dos cartões postais, que também podem ser chamados de múltiplos, iniciou em 1968, na Documenta de Kassel ( Alemanha), tinha o objetivo de comunicar, informar, trocar informações, e ele deixa claro que dependia da ajuda das outras pessoas como multiplicadores: “eu sozinho não posso dar conta da multiplicação. Por isso você deve fazê-la. Todos devem. Todos! (Catálogo,1993)

       

OS ASPECTOS PEDAGÓGICOS NA ARTE DE BEUYS

        Partimos do conceito de pedagogia como “condução de uma criança” (GHIRARDELLI, 1987), como “a preocupação com os meios, com as formas e maneiras de levar o indivíduo ao conhecimento”. As relações que se estabelecem entre Beuys e a pedagogia, relaciono abaixo:

 

·         A Interatividade

A interação entre individuo e sociedade na qual Beuys praticava em suas Esculturas Sociais tem fundamentação a partir de Dewey, pois o artista fazia de sua experiência histórica e experiência de vida os alicerces que o impulsionavam para a arte, pois para Dewey (1978) “Experiência é uma fase da natureza, é uma forma de interação, pela qual os dois elementos que nela entram – situação e agente – são modificados”. Essa definição nos aproxima da teoria sobre a escultura social, múltiplos e cartões postais, onde o contato com essas experiências provocavam uma “transubstanciação”, ebulição de idéias, onde através da interação entre publico e proposta prático-teórica, o objetivo era produção uma transformação (passagem). Beuys retransforma as informações de vivências e de leitura do mundo em mensagem na arte e na educação, combatendo a alienação, falta de criatividade dentro das universidades e da sociedade num todo; o corpo enquanto ações da mente, da inteligência, da atividade.

A interação faz parte de um jogo necessário tanto no ato pedagógico do professor, como na navegação de uma hipermídia, num enfrentamento de idéias onde tudo pode acontecer, e isso inspira liberdade e risco: “ Por outro lado, essa liberdade não é sem risco. Antes, o próprio jogo é um risco para o jogador. Só se pode jogar com sérias possibilidades. (...) O atrativo que o jogo exerce sobre o jogador reside exatamente neste risco”. Finalmente o autor define: “todo este espetáculo no jogo oferece a alegria do conhecimento” (Gadamer, 1999).

 

·         Construção/Reconstrução e a Qualidade da Tradição

Beuys está constantemente simulando, reconstruindo ambientes para o ato pedagógico, pois ele dizia que, como artista ele era um professor. Da mesma forma os ambientes hipermidiáticos tem esta característica, promovendo um novo olhar a cada ambiente navegado. Encontramos em Dewey (1978) o conceito de que “educação é vida”, ela não pode acontecer sem levar em consideração as experiências da vida e todo processo de transformação, aprendendo diretamente da vida: “graças a esse hábito, a educação, como reconstrução contínua da experiência, fica assegurada como atributo permanente da vida humana”. Construção e reconstrução que trazem a tona o conceito de tradição, que em Gadamer (1999) compreendemos: “a tradição é essencialmente conservação e como tal está atuante nas mudanças históricas. No entanto, a conservação é um ato da razão, ainda que caracterizado pelo fato de não atrair a atenção sobre si. Essa é a razão porque as inovações,planejamentos intentem mostrar-se como única ação e resultado da razão”. Compreendemos que neste caminho podemos observar os aspectos fenomenológicos da obra de Beuys, bem como o círculo da compreensão em Heidegger e Gadamer, a partir da metodologia aplicada em cada atitude artística de Beuys.

 

·         Compreensão a partir da Arte e Estética

Para Beuys, não havia outra forma de fazer algo para o homem a não ser através da arte. “E para isso eu preciso de uma concepção educacional; eu preciso de uma concepção da teoria da percepção, e eu preciso negociar” (Adriani, Konnertz e Thomas, 1993). E, para ele, educação significa arte, que é igual a criatividade , que é igual a liberdade humana. Dewey,(1980) acredita que a arte é método para fazer refletir, quando define que uma verdadeira experiência precisa ter caráter intelectual, emocional e estético, percebendo que “o artista incorpora a si próprio a atitude do que percebe, enquanto trabalha”. Assim, a compreensão a partir do fazer artístico instiga ao pensamento da origem das coisas e sua coisidade, em Heidegger (2000), que nada mais é, que sua verdade de existir, mas nas mãos do artista e de quem se propõe à compreensão, pode transformar-se em conhecimento ou estranhamento de uma nova concepção, porque não dizer, estética. A partir daí, observamos que para Schön (2000) esta preocupação de estabelece a partir da reflexão-na-ação, que deve existir uma interação entre o conhecimento profissional e talento artístico profissional, como se propõe nas aulas de atelier, onde ele adquire uma capacidade de refletir e visualizar o seu fazer profissional, entrando em contato profundo com seu conhecimento, suas expectativas, desejos e o confronto com a realidade.

 

·         A Universidade

Beuys sempre acreditou na Unidade na Diversidade, da mesma forma que Dewey (1978), acredita que a escola deva ser “um ambiente de integração social, onde idéias conflitantes possam co-habitar, sejam no aspecto racial, religioso ou qualquer outro que possa salientar as diferenças dos indivíduos”. E a universidade é o espaço da criatividade, como lemos em Pozo (2002): “Estamos na sociedade da aprendizagem. Como se não bastasse a aprendizagem ser contínua, ela precisa ser múltipla, em diferentes contextos, pois pertencemos a diferentes mundos simultaneamente, e assim, precisamos criar estratégias diferentes para cada mundo que enfrentamos”. Sua vida como professor acadêmico foi sempre inquietante, sendo que em 1972 foi expulso da Academia por liderar um grupo de estudantes que, mesmo não tendo passado no vestibular, queriam fazer parte da academia, ele acreditava que todos tinham direito ao conhecimento. Houve manifestação dos estudantes contra essa atitude da Academia, pois suas aulas possuíam audiência incomum. Ele permitia a todos participarem. Esse fato o fez criar a universidade Internacional Livre para a Pesquisa Interdisciplinar, FIU, em 1973 junto com o escritor Heinrich Böll, segundo o manifesto, a tarefa principal da escola é desenvolver o potencial critivo que temos dentro denós, e que foi sucessivamente agredido e criado o paradigma de que somente a arte tradicional poderia produzir artistas, mas para eles: “A criação não envolve apenas talento, mas intuição, poder de imaginação e aplicação, mas também a habilidade de materializar o que poderia ser difundido para outras esferas relevantes”. (...) a escola pode ser um seminário permanente no comportamento social e sua expressão articulada”(Kuoni, 1993). Encontramos suporte em Dewey (1978), que acredita na atividade educativa como libertária: “de forças e tendências e impulsos existentes no individuo, e por ele mesmo trabalhados e exercitados, e, portanto, dirigidos poruqe sem direçao eles não se poderiam exercitar”.

 

·         A Interdisciplinaridade

Partindo do conceito de Fazenda (2000, p.29), interdisciplinaridade é “um tecido feito de fios bem trançados e maleáveis, onde a somatória de conhecimentos promovem uma interação entre estes e o individuo”. Ela define que ser interdisciplinar é “tentar formar alguém a partir de tudo o que você já estudou na vida” e que ela “serve para dar visibilidade e movimento ao talento escondido que existe em cada um de nós”(www.oeducacional.com.br). No aprendizado de Joseph Beuys temos um universo interdisciplinar quer através das Esculturas Sociais, ações, múltiplos, desenhos e pinturas; sua própria experiência de vida, ligada à definição de Dewey que situa as matérias de estudo como: “(...)os resultados acumulados dos esforços das lutas e de êxitos da humanidade, apresentando-os não como simples acumulação confusa de pedaços isolados de experiências, mas como um corpo de verdades organizado e sistemático, isto é, racionalmente formulado”. Joseph Beuys utilizava todas as possibilidades de comunicação com o público através de sua arte, quer fisicamente, quer intelectualmente, tendo sempre uma atitude interdisciplinar, como vimos nos itens anteriores.

 

HIPERMÍDIA: PEDAGOGIA PARA A EDUCAÇAO INSPIRADA EM JOSEPH BEUYS

 

        Vejo a grande lição da técnica, que chamamos tecnologia: aliar o pensar e fazer de um instrumento, uma funcionalidade interdisciplinar, onde não há apenas um objetivo, mas uma congruência, e ao mesmo tempo, a especialização, satisfazendo necessidades e provocando mudanças de comportamento que decorrem destas necessidades. Fundamento esta idéia, a partir de LÉVY(1996), que considera a técnica o que chamamos como meio para a produção da subjetividade, e em GALIMBERTI (2001), que acredita que “com a técnica o homem se emancipa da divindade porque se atém a si mesmo, o que antes era restrito à adoração, à suplica ao deus. Ao dispensar os deuses, sinaliza a origem do saber humano que nasce como saber técnico, mas somente técnico”, levantando a questão sobre a utilização da técnica pelo homem sem considerar a natureza. Apresentamos essa breve reflexão sobre a técnica para entrarmos na questão da hipermídia que, segundo SANTAELLA (1985) é “A integração sem suturas de dados, textos, imagens de todas as espécies e sons dentro de um único ambiente de informação digital”, na qual a interação é fundamental para que o navegador construa seu próprio mapa de navegação e conhecimento, pois em cada tela é preciso escolher um lugar para seguir, criando uma imersão de completa absorção, atenção e compreensão da informação. Em nosso ver, a metodologia de construção da hipermídia, bem como a navegação na mesma, favorece o aprendizado, à medida que instiga à construção de jogos de compreensão (GADAMER, 1999), construção contínua (DEWEY, 1978 e 1980;SCHÖN, 2000) e de significados diante daquilo que se apresenta, envolvendo o ser num ambiente esteticamente elaborado onde a arte tem seu habitar.

 É essencial termos claro, que a hipermídia que nos referimos trata-se de uma obra que tem como regra o conceito de autoria, como refere-se BAIRON (2002, p.123): “Nossa imersão, portnto, no mundo da hipermídia, tem sido, acima de tudo, um estilo metodológico de pensar a interdisciplinaridade a partir de um conceito de autoria”. Da mesma forma, Joseph Beuys utiliza a arte como metodologia (Catálogo, 1979, p.96): “(...) Questões como essas eram importantes para mim, quando tive que fazer minha decisão pela arte, usar a arte de um modo metodológico, para provocar as pessoas”, pois para ele “O homem é verdadeiramente vivo quando ele percebe que é criativo, um ser artístico. Eu peço que se tenha um envolvimento artístico em todo o domínio da vida. (...) Ao passo que eu defendo uma estética com envolvimento na ciência, economia, política e religião – todas as esferas da atividade humana. Todo o ato de descascar uma batata pode ser um trabalho de arte, se ele for realizado como um ato consciente”. Como autoria, compreendemos um profundo trabalho de equipe, tanto na produção como na utilização do conhecimento produzido, onde a estética é fundamental para produzir compreensão, onde podemos assim, usufruir e fruir o saber. Lévy (2000, p.42-43) faz uma previsão de que a sociedade futura deverá ser coletiva para propósitos de bem comum, o que ele chama de produção de laços,  porque o indivíduo, dentre outras hipóteses, em função da evolução que provoca uma constante desterritorialização humana, transformações geográficas e conceituais, precisa se organizar para ter melhor qualidade de vida. Ao falarmos de coletivo, este implica o termo interdisciplinaridade, uma vez que o coletivo, fenomenologicamente compreende pensamentos, culturas, vivencias e conhecimentos diferentes. Um professor, em sua performance em sala de aula, constrói o saber ou o conhecimento, interagindo com os alunos e, assim, estabelece-se conceitos a partir de autorias individuais, tanto do professor como dos alunos, interdisciplinarmente: escultura social. “Estou muito ciente antes de começar uma ação. Eu estou muito ciente sobre a idéia geral necessária na escultura, mas eu não sei nada sobre o processo no qual a ação vai transcorrer”(KUONI, 1993, p.71). Esta aleatoriedade, todos os professores encontram no cotidiano da sala de aula, da mesma forma que, ao navegarmos uma hipermídia: temos consciência do conteúdo, dos objetivos que nos levam a ensinar, mas a trajetória da compreensão e da interação em sala de aula, é sempre um processo inconcluso. Vemos também que a escolha de um softwares para produzir a hipermídia, se relaciona com a metodologia a ser utilizada em sala de aula: aulas expositivas, direcionamento dos conteúdos, disposição da sala, ferramentas a serem utilizadas, tonalidade de voz, ilustrações, música, filmes, fotos, exercícios; tudo precisa de um direcionamento a ser cumprido, mas a conclusão é sempre incógnita.

        Nas ações de Beuys, na produção e navegação de uma hipermídia, como em sala de aula, a proposta é despertar no homem o que se apresenta para ele, como define Heidegger (2000), as possibilidades de compreensão e experiência provocados pela ação de estar no ambiente, interagindo com este e suas possibilidades reticulares, ou seja, criando redes de aproximação entre conhecimento e seres humanos.

        Joseph Beuys acreditava que arte e ciência sempre estiveram próximas, buscando ampliar a ambas ( Kuoni, 1993, p.90). Em Gadamer (1999) encontramos um diálogo intenso entre diversos conceitos que caracterizam e chegam a uma teoria sobre a Liberação da Verdade desde a Experiência da Arte, onde compreendemos que a estética, a obra de arte, está intimamente relacionada ao ser histórico, sua formação, seu vivenciar como ‘dasein’, no sentido de deixar-se sofrer transformações e encontrar a configuração que não se limita ao ‘ser novamente’, mas sim, ao ‘ser o que é’, levando consigo a representação de si mesmo em qualquer contexto ou espaço de tempo, ou seja, a verdade. Segundo Kuoni (1993, p.167), Beuys admite que Schiller foi seu ponto de referência: “porque ele também fala sobre criatividade e ele entende seus numerosos aspectos: ele considera o homem como ele aparece na arte. Ele deveria ter levado isto para uma conclusão lógica e dito que o homem é também um trabalho de arte. Ele deveria ter considerado o homem como a arte, como a criatividade”. Propomos a experiência estética a partir da metodologia de construção da hipermídia e das obras de Joseph Beuys. Como nos fala Bairon e Petry (2000, p.30-31): “(...) a forma como a verdade é revelada pela obra de arte deve ser apreendida pelo modo de ser da utilização das novas mídias digitais em sua versão hipermidiática”.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

                   

A experiência da navegação na hipermídia conceitual e de autoria, possibilita uma compreensão mais ampla não só através da navegação, mas também no momento da criação, como uma das metodologias que acredito estar mais próxima do nosso momento contemporâneo. O papel da arte, nesse contexto de aprendizagem, faz o sujeito interagir através da percepção que ela ativa em nosso processo cognitivo, pois trata de captar o mundo em suas particularidades e a nós mesmos com sua subjetividade, numa atitude e reflexão criativa que está presente em todos os seres humanos.

        Neste sentido, a obra de Joseph Beuys pode contribuir para que essa relação entre o saber e a arte se estabeleçam, provocando uma transformação que acontece através da interação entre os assuntos pertinentes ao ser humano e seu contexto, abrangendo a filosofia, a arte, sociedade, história, política e ciência, religião e estética, temas que este artista apresentava em sua escultura social, nos desenhos, múltiplos, ações e performances.

        A elaboração de sua metodologia de arte era resultado de profunda observação e reflexão, abordando o ser em sua interioridade e exterioridade, numa interdisciplinaridade que observamos ser a base fundamental na hipermídia, inclusive na construção de uma hipermídia. Este processo leva a uma construção contínua, como em Dewey, onde o aprendizado é contínuo , onde cada sujeito estabelece seu aprendizado, sendo direcionado pelo professor que tem a função de um instrutor de caminhos. O estranhamento provocado pelas obras de Joseph Beuys e a Hipermídia levam a uma busca ao que é familiar, por isso instiga a riscos. Somente encontra a alegria do conhecimento, aquele que se arrisca no jogo, como fala Gadamer(1999).

        A hipermídia, assim como as obras de Joseph Beuys, podem provocar construções de conhecimento individual e coletivo, tanto no seu fazer como no navegar, pois dependem exclusivamente da interação do indivíduo, ao provocá-lo a uma reação. Quando relaciono essas duas metodologias ao jogo gadameriano, ao refletir-na-ação de Donald Schön, ao círculo da compreensão em Heidegger, ao pragmatismo em Dewey, é essencialmente porque acredito ser difícil um aprendizado sem a compreensão lógica do ser e de seu mundo, e suas infinitas possibilidades que se constroem a partir de uma atitude respaldada na pesquisa vivencial e experimental, respeitando o que existe de verdade no ser e no mundo, que fazem do ser contemporâneo um ser multidisciplinar em conexão com as diversas ciências. A hipermídia conceitual de autoria pode vir proporcionar essas relações por sua característica reticular e interativa.

        Joseph Beuys era a própria hipermídia: um ser que utilizava seu corpo, carregado de experiências e conhecimentos, emoções e atitudes e apropriava-se disso tudo, deixando-se tocar pelo mundo da experiência e do conhecimento, emoções e atitudes fora dele e transformar, através da arte, em códigos, símbolos, objetos, para que o outro interagisse com ele, experimentando ver o mundo com os olhos do próprio Joseph Beuys.   Isto é explícito em sua obra, era sua intenção, a partir do momento que ele se dizia ‘professor’, que a educação era o objetivo de sua arte, que a comunicação é essencial para a divulgação de suas idéias e sua arte, pretendendo combater a alienação, que ele compreendia como atitudes e pensamentos extremos, pois pode haver unidade na diversidade, diferentes culturas e pensamentos podem conviver num mesmo espaço, e a alienação não permite essa atitude unificadora.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

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36) TISDALL, Caroline. Joseph Beuys: We Go This Way. Violette Editions, 1998, London, England.

 

 

37) SCHELMANN Jörg & KLÜSER, Bernd. Multiples: Joseph Beuys. Verlag Schellmann und Klüser, Oktober, 1972, München, Deutschland.

 

38) SCHILLER, Friedrich. Sobre a Educação Estética do Ser Humano Numa Série de Cartas e outros textos. Impressa para a Imprensa Nacional – Casa da Moeda, nas suas Oficinas Gráficas, 1994,Lisboa, Portugal.

 

39) SCHÖN, Donald A Educando o Profissional Reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre, RS, Editora Artmed, 2000.

 

40) SOARES, Adriana. O Que são Ciências Cognitivas? Coleção Primeiros Passos. São Paulo, SP, Editora Brasiliense S.A., 1993

 

 

41) STEINER, Rudolf. A Arte da Educação I.  São Paulo, Editora Antroposófica, 1988.

 

42) STEINER, Rudolf. A Arte da Educação III. São Paulo, SP, Editora Antroposófica, 1999.

 

 

43) STEINER, Rudolf. O limiar do mundo espiritual: considerações aforísticas. São Paulo, SP, Editora Antroposófica, 1994.

 

 

44) TISDALL, Caroline. Joseph Beuys: We Go This Way. London, England, Violette Editions, 1998.

 

45) ULMER, Gregory. Applied Grammatology. Baltimore, USA,  Johns Hopkins University Press, 1985.

 

 

 

Catálogos:

 

1)   -Catálogo: Joseph Beuys: Zeichnungen Tekeningen Drawings: Nationalgalerie Berlin, Staatliche Museen PreuBischer Kulturbesitz, Museum Boymans – van Bingen Rotterdam. Editora Prestel-Verlag, München, Deutschland, 1979, 1980.

 

2)   -Catálogo:Os Múltiplos Beuys: Joseph Beuys na coleção Paola Colacurcio. Imago, escritório de arte, 2001.

 

 

 

3)   Catálogo: Arte Conceitual e conceitualismos: anos 70 no acervo do mac usp. Museu de Arte Contemporânea da USP, Junho de 2000, São Paulo.

 

4)   Catálogo compilado por SAMMLUNG, Neuhaus. “wer nicht denken will fliegt raus”. Catálogo para o Museumsstiftung Post und Telekommunikation, 1998. Herausgegeben von Helmut Gold, Margret Baumann und Doris Hensch. Edition Braus, 1997, Heidelberg, Alemanha. Neste catálogo: Prefácio deHelmut Gold – Diretor do Museu; Apresentação:Klaus Staeck, editor e amigo de Beuys; Introdução: Jörg Neuhaus, colecionador dos cartões de Beuys e a crítica de Matthias Bunge, professor e historiador.

 

 

 

 


[1] Artista Plástica e Professorado Ensino Básico Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Paraná Campus Palmas. A pesquisa realizada foi publicada em livro pela Editora Mackenzie (2006); doutoranda em Comunicação e Semiótica, Puc São Paulo. Magda.vicini@ifpr.edu.br.